A insónia crónica é um dos distúrbios do sono mais comuns, que compromete significativamente a nossa qualidade de vida. Caracteriza-se pela dificuldade em adormecer (insónia inicial), pela dificuldade em manter o sono (insónia intermédia) ou por acordar antes do tempo de descanso necessário (insónia terminal). Ocorre pelo menos três vezes por semana, durante três meses consecutivos ou mais.
Os distúrbios do sono podem provocar o surgimento de doenças. A privação de sono pode afetar as funções cognitivas, o sistema imunitário e aumentar o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares.
O sono é essencial em todos os aspetos da nossa vida e tem um impacto significativo na saúde mental (como a ansiedade e a depressão), na saúde cardiovascular, na tensão arterial elevada, na obesidade e também na nossa saúde cognitiva, com repercussões na memória e na atenção e ainda numa série de doenças neurológicas, como a enxaqueca ou a epilepsia.
O fator género também é preponderante. As mulheres são as que mais sofrem de distúrbios do sono, fundamentalmente associados à menopausa e à desregulação hormonal.
Sintomas
A insónia crónica manifesta-se através de diversos sinais, quer durante a noite, quer durante o dia. Os principais sintomas incluem:
- Dificuldade em adormecer, mesmo quando se sente cansado;
- Despertares frequentes durante a noite e dificuldade em voltar a adormecer;
- Acordar demasiado cedo, sem conseguir voltar a dormir;
- Sensação de cansaço ao acordar, como se o sono não tivesse sido reparador;
- Sonolência diurna excessiva, afetando o desempenho no trabalho ou noutras atividades;
- Irritabilidade, ansiedade ou sintomas depressivos devido à privação do sono;
- Dificuldade de concentração e lapsos de memória.
Causas e Fatores de Risco
As causas da insónia crónica têm origem variada, incluindo fatores psicológicos, clínicos ou ambientais (ambiente do quarto, como por exemplo a existência de ruído, luzes ou temperatura inadequada). Algumas das principais causas incluem:
- Ansiedade e Stress: Preocupações constantes mantêm o cérebro em alerta.
- Distúrbios do Sono: Apneia e síndrome das pernas inquietas podem interferir no bem-estar durante a noite.
- Doenças e Dor Crónica: Problemas como artrite ou refluxo podem interferir no descanso.
- Jantar tarde: As refeições tardias, especialmente se forem pesadas, impedem o sono profundo.
- Maus hábitos de sono: Uso excessivo de ecrãs, consumo de cafeína e álcool, ou horários irregulares de sono.
Fator Género e Insónia
A insónia afeta homens e mulheres de forma diferente, sendo as mulheres mais propensas a sofrer deste distúrbio. Alguns dos fatores que contribuem para essa diferença incluem:
- Flutuações hormonais: As mudanças nos níveis de estrogénio e progesterona ao longo do ciclo menstrual, gravidez e menopausa podem afetar a qualidade do sono.
- Maior prevalência de ansiedade e depressão: Estes fatores, mais comuns nas mulheres, estão fortemente associados à insónia.
- Responsabilidades sociais e stress: As mulheres muitas vezes acumulam múltiplas responsabilidades, como trabalho e cuidados familiares, o que pode aumentar os níveis de stress e afetar o sono.
- Alterações no ritmo circadiano: Estudos sugerem que as mulheres tendem a ter um ritmo circadiano mais curto, o que pode influenciar os padrões de sono.
Opções de Tratamento
Antes de iniciar qualquer tratamento é aconselhável efetuar um estudo neurofisiológico, para que o diagnóstico e consequente tratamento seja o mais eficaz possível.
Os Exames Neurofisiológicos têm um papel fundamental na identificação de possíveis causas neurológicas, tais como distúrbios do sistema nervoso central ou alterações no funcionamento cerebral. Através de exames específicos, como a eletroencefalografia e a polissonografia, os especialistas podem traçar um plano de tratamento personalizado, que pode incluir terapias comportamentais, farmacológicas ou tecnológicas, como a estimulação cerebral não invasiva.
O tratamento da insónia crónica envolve tanto abordagens comportamentais, como intervenções médicas. Algumas estratégias eficazes incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental para Insónia (TCC-I): Considerada a primeira linha de tratamento, auxilia na reestruturação de padrões de pensamento e comportamento relacionados ao sono.
- Melhoria da higiene do sono: Criar um ambiente propício para dormir, estabelecer horários regulares e evitar estimulantes.
- Medicação: Em casos específicos, sob orientação médica, podem ser prescritos medicamentos para regular o sono.
- Terapias alternativas: Como a meditação e acupuntura, podem contribuir para a redução do stress e melhoria do sono.
A insónia crónica é um problema significativo, mas tratável. O acompanhamento médico especializado pode fazer toda a diferença na qualidade de vida do paciente.
No Grupo HPA Saúde, dispõe de uma equipa multidisciplinar que ajuda no diagnóstico e no tratamento dos distúrbios do sono.
Se enfrenta dificuldades para dormir, procure orientação profissional e recupere as noites tranquilas e revigorantes.
14 de Março de 2025
